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A Blogueira

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Estudante de Análises Clínicas, formada em técnico em farmácia, técnico em química e atualmente maquiadora profissional, aquariana, 29 anos, adora escrever, adora livros, Potterhead.

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sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Olá pessoal, tudo bem com vocês? Comigo está tudo ótimo, sei que sumi de novo, mas minhas aulas voltaram e com elas o estágio, estava uma correria só e ainda está, mas prometo que vou me dedicar mais ao blog e ao canal, sei que estou devendo alguns vídeos para vocês, mas prometo que muito em breve o canal vai entrar nos eixos. Peço a vocês que deem sugestão de postagens para o blog e também sugestão de vídeos para o canal. Agradeço desde já por todas as visualizações no blog e os inscritos no canal, obrigada por fazerem parte do crescimento do blog e do canal.

Bom, o post de hoje foi uma sugestão de um familiar de paciente com talassemia, agradeço imensamente pela sugestão.

    Embora a fertilidade espontânea possa ocorrer em pacientes devidamente tratados com transfusão e quelação de ferro e que tiveram puberdade espontânea, a infertilidade devido ao hipogonadismo hipogonadotrófico consequentemente à hemossiderose transfusional é uma realidade. Concentração hepática de ferro leve a moderada (de 3 a 9mg/g) não elimina o risco de problemas reprodutivos. Assim, pessoas com talassemia beta maior podem precisar de técnicas de reprodução assistida (TRA). A correta adesão à quelação de ferro desde muito jovem pode manter a secreção hormonal e a fertilidade.
    A gravidez na talassemia beta maior é considerada de alto risco tanto para a mãe quanto para o bebê, de modo que deve ser planejada e ter seguimento em conjunto com hematologista, o especialista em medicina reprodutiva, o cardiologista, o obstetra e o enfermeiro. Além das complicações específicas da esplenectomia e anticorpos autoimunes. Gestações de mulheres sem comprometimento cardíaco e tratadas com intensificação de quelação de ferro antes de engravidarem geralmente evoluem bem.
    As mulheres com talassemia beta intermediária são potencialmente férteis e têm o eixo hipofisário-gonadal intacto. A gestação também é considerada de alto risco, porque tais mulheres apresentam risco trombótico aumentado e precisam de transfusão durante a gravidez.

    Manejar a fertilidade na talassemia beta maior é complexo. Inicialmente, devem-se definir qual é a melhor conduta a ser tomada em cada pessoa individualmente, como reposição de hormônios sexuais, administração de gonadotrofina exógena ou intensificação da transfusão e da quelação de ferro. A TRA é uma opção de tratamento, como inseminação intraútero para infertilidade masculina grave ou em casos de falhas repetidas e sem explicação de fertilizações in vitro.
    Entender bem os riscos associados à indução de fertilidade e gravidez é importante antes de se iniciar o tratamento de fertilidade. A mulher deve ser avaliada quanto à disfunção cardíaca e/ou hepática e à transmissão vertical de vírus, com a realização de exames de ressonância nuclear magnética com medida T2* cardíaco e hepático, transaminases, função hepática e sorologias para vírus da imunodeficiência humana e hepatites B e C.
    Apesar do hipogonadismo hipogonadotrófico, a função gonadal está intacta na maioria dos pacientes, indicando que a ovulação nas mulheres e a espermogênese nos homens podem ser induzidas ela gonadotrofina exógena. Diabete melito e hipotireoidismo interferem no tratamento de fertilidade, de modo que também precisam ser tratados. Nos estágios precoces de hiogonadismo, a indução da ovulação pode ser feita com hormônio liberador de gonadotrofinas (Gn-RH) pulsátil. Porém, a maioria das pacientes com hipogonadismo hipogonadotrófico é apulsátil, tem gônodas funcionais e pode, então, se beneficiar da terapia gonadotrofina de mulheres menopausadas e gonadotrofina coriônica humana (hMG/hCG), com uma taxa de sucesso de 80%.
    Pacientes com danos endometriais ou nas trompas de Falópio respondem melhor aos programas de fertilização in vitro. Devido aos possíveis riscos do procedimento de indução da ovulação, como síndrome de hiperestimulação, gravidez múltipla, gravidez ectópica e aborto espontâneo, o tratamento deve ser feito por uma equipe de especialistas em reprodução.



FONTE: Livro Orientações para o diagnóstico e tratamento das Talassemias Beta/ Ministério da Saúde 2016
PÁGINAS: 75 e 76