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A Blogueira

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Estudante de Análises Clínicas, formada em técnico em farmácia, técnico em química e atualmente maquiadora profissional, aquariana, 29 anos, adora escrever, adora livros, Potterhead.

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sexta-feira, 31 de maio de 2013
De acordo com uma pesquisa realizada pela ABRASTA em 2009, com 74 pessoas com Talassemia Intermédia e Talassemia Major, representantes de 13 estados do Brasil, a maioria destes relatou que o tratamento depende, não apenas do Hematologista (o médico especializado em doenças que afetam o sangue), mas também da avaliação e monitoração de outros profissionais, especialmente o Cardiologista (o qual foi visitado por 35,62% dos entrevistados). Isto ocorre em virtude das características da doença, as quais inclinam a pessoa com talassemia a certos problemas ou efeitos colaterais do tratamento. Verifique abaixo as principais complicações, porque ocorrem e como evitá-las:

Coração

A sobrecarga de ferro é o maior vilão para este órgão vital, mesmo quando a pessoa com talassemia segue estritamente a terapia de quelação. Isto ocorre porque a verdadeira intensidade do acúmulo do mineral no coração nem sempre é diagnosticada, e a dose do agente quelante administrada pode ser abaixo do ideal. Com os avanços no tratamento, como a modernização dos agentes quelantes – e, consequentemente, a melhor adesão à terapia –, e além disso, com a possibilidade de se realizar o exame de Ressonância Magnética com T2* – o qual revela com precisão a quantidade de ferro acumulada no Coração.-, o risco de uma pessoa com talassemia desenvolver cardiopatia tem sofrido redução. Contudo, mesmo assim uma grande atenção é requerida com este "amigo do peito".
PREVENÇÃO: Como as complicações cardíacas são ainda a maior causa de morte entre as pessoas com talassemia, o acompanhamento periódico com um cardiologista, a partir da adolescência, é essencial – especialmente se o jovem começa a apresentar sinais e sintomas que podem indicar problemas cardíacos, tais como: sensação de tremores, dispneia (dificuldade respiratória), desfalecimento, dor abdominal (particularmente localizada na região logo acima do estômago ou hipocôndrio), cansaço aos menores esforços, edema.

Hormônios

A sobrecarga de ferro no organismo da pessoa com talassemia usualmente tem como alvo certos órgãos produtores de hormônios – o que pode levar, caso a quelação e monitoração destes não seja feita apropriadamente em cada estágio da vida, a um desequilíbrio hormonal capaz de afetar o crescimento, atrasar o início da puberdade, e mesmo causar doenças.

Quando o alvo da terapêutica é...

Hipófise ou Glândula Pituitária
Localizada na base do cérebro, é responsável pela produção de diversos hormônios, entre os quais o GH (Hormônio do Crescimento) e as Gonadotrofinas (homônimos sexuais masculinos e femininos, que se associam com a "revolução" hormonal que marca a chegada da puberdade).

Consequências: Crescimento inferior e atraso no desenvolvimento sexual (hipogonadismo), tal como o baixo desenvolvimento de mamas e testículos.

Tireóide
Esta glândula se localiza no pescoço, e tem a função de manutenção do ritmo do metabolismo. Dependendo de como é afetada, pode acelerar ou decrescer a "velocidade" das funções orgânicas, resultando respectivamente no Hipertiroidismo (ocorrem taquicardia ou aceleração do coração, alguns casos de diarréia, perda de peso) ou Hipotiroidismo (sonolência, frio, lentidão mental e física, ganho de peso). O acometimento causado pela Talassemia é o hipotireoidismo.

Consequências: Sonolência, frio, lentidão mental e física, ganho de peso.

Pâncreas
As células beta do pâncreas são responsáveis pela produção do hormônio Insulina, o qual controla os níveis de glicose (açúcar) no sangue. Caso, por alguma razão, estas células não puderem trabalhar adequadamente, o organismo sente falta desta insulina para induzir o metabolismo da Glicose ingerida (inicialmente, ocorre a intolerância à Glicose). À medida em que o processo progride, a Glicose não poderá penetrar nas células, e começará a se acumular no sangue (Agora, já se trata de Diabetes completamente desenvolvido).

Consequências: De acordo com dados da Fundação Internacional de Talassemia (TIF), aproximadamente a metade das pessoas com talassemia sofrem de intolerância à Glicose, e cerca de 10 a 30% desenvolvem Diabetes Mellitus Tipo 2 em algum momento de suas vidas. 
Prevenção: A partir dos 10 anos de vida, uma consulta prévia ao endocrinologista e um check-up, com realização de alguns exames de sangue específicos, podem ser identificados a tempo os problemas mencionados acima.
Ossos

Um dos problemas mais comuns das pessoas com talassemia é que apresentam uma estrutura óssea frágil e delgada, a qual favorece o surgimento precoce da osteoporose. Por trás disto, estão a própria anemia, e a medula óssea hiperativa; mas também o excesso de Ferro no organismo, bem como os problemas endocrinológicos – atraso na puberdade e desenvolvimento sexual, por exemplo – interferem na absorção de Cálcio pelos ossos e, consequentemente, na densidade óssea.

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